sexta-feira, novembro 10, 2006

o síndroma do Imperador

li sobre o assunto na visão da semana passada.

que existe violência doméstica de filhos contra pais, eu sei.

que existe violência doméstica de filhos menores contra pais...chocou-me.

"Para a maioria dos especialistas portugueses, muitos pais criaram na prole a ideia de que têm direito a tudo e, à medida que crescem, os filhos vão forçando os limites impostos pelos progenitores, para poderem encontrar os seus, atingindo-se, por vezes, proporções dramáticas" (visão - 2 a 8 novembro 2006 - pág. 94).

que crianças andamos nós a educar? que sociedade para o futuro?

(muito a medo...que amigos/colegas para os nossos filhos?)

20 comentários:

anne disse...

Eu penso tantas vezes nisso. Eu dou comigo a embirrar com o miudo e a bater o pé com coisas insignificantes para ele aprender a ouvir não e a saber que tem limites. Mas é tao complicado. como se explica a um miudo de 4 anos que se ele fizer algo que me desagrade (como por exemplo ir para a varanda sozinho, que aiinda aconteceu a uns dias) eu tenho direito a coloca-lo de castigo e até a lhe dar uma palmada, mas se for eu a fazer algo que ele não gosta ele não pode ripostar?

InêsN disse...

e tu tens um de 4 que já te entende...agora eu com um de ano e meio que está sempre a testar os limites!

(suspiro...)

anne disse...

é diferente. Eles com ano e meio amuam choram e passa. Com um de 4 não, as coisas são levadas a peito, pelo menos o meu leva. E não se esquece ,passados dias até me atira à cara o que aconteceu não sei quando nem aonde, é preciso pensar bem naquilo que se faz e diz à frente dele.

InêsN disse...

pois...

em vez de ser mais fácil é cada vez mais difícil, não é?

Sophie disse...

À medida que a idade avança é mais difícil.
Até determinada altura, temos sempre como último recurso, a força. Agarramos neles e proibimo-los de fazer isto ou aquilo.

Acho é que não podemos dar tréguas agora, porque senão aos 14 ou 15 anos não temos controlo nenhum sobre eles.

Ana F. disse...

Ora aí está uma coisa que me preocupa, especialmente aquilo que disseste "a medo": que colegas para os nossos filhos?
É incontornável o facto de não os podermos proteger sempre.
E se fazemos questão em educar bem os nossos filhos e transmitir-lhes determinados valores, outros pais há que se estão perfeitamente marimbando.

carla disse...

Inês, eu ainda a semana passada foi chamada de exigente, ma~e de outro tempo e que oprimo os meus filhos, simplesmente pq têm regras que para mim são básicas, até fiz um post sobre isso, posso pedir-te um favor? Será que me consegues arranjar uma cópia desse artigo??

Beijo

InêsN disse...

carla, envia-me um mail com a tua morada.

CGM disse...

São os colegas/amigos dos nossos filhos mas são tb os nossos filhos. Muitas vezes penso que somos presos por ter cão e presos por não ter, se castigamos, se batemos fico a pensar que sou uma mãe demasiado exigente, que ando cansada e descarrego no miudo etc e tal, se facilito e o deixo "abusar" fico com a sensação de que estou a ser demasiado fácil, enfim... o equilibrio está no meio termo. O dificil é sabermos onde está esse meio-termo.

Beijinho

Dois Rebentos (de Soja) disse...

Beijos e bom fim-de-semana

Charilas disse...

O que posso dizer mais... Acho que o importante é perpará-los para a vida. Habituá-los a ouvir "não" também é preciso, óbvimente não de forma abusiva, mas ponderada e acima de tudo bem justificada, ou seja, MUITO DIÁLOGO e isso sim pode aperfeiçoar-se à medida que vão crescendo.

Não sei se à medida que crescem é mais difícil, pode ser mais aliciante, depende dos dias...

Mar disse...

Educar é difícil e dá trabalho. Impor consequências aborrecidas para comportamentos errados pode ser horrível e cansativo. Mas é preciso. E o que me parece que acontece é que alguns pais se vão demitindo, por um motivo ou outro, dessa tarefa. É mais fácil dizer sim que dizer não. ;)

nana disse...

nas palavras da sábia "supernanny",

"a child will give you what you tolerate."

.....

simple as.

xX

T. disse...

Pois é... tenho um de 1 ano e meio e tento impôr-lhe limites, a ele e a quem o rodeia... aos avós que por passarem pouco tempo com ele optam por ser permissivos demais e a todas as outras pessoas que por não serem os pais não têem a responsabilidade e o educar...
Já fui muitas vezes chamada de má e super exigente mas a minha resposta é sempre: é comigo que ele vai para casa ao fim do dia e não com vcs!!!!
Não quero ter um filho que não saiba ouvir um não...por isso esforço-me...
quanto ao bater é sempre complicado...já levou umas palmadas, porque me levou ao limite mas como diz a pediatra dele se nós batemos neles eles acham que também o podem fazer!!!!
Hmmmmpffffff
Medo e muito....

Ana Pessoa disse...

ora aí é que está a grande questão, a entre parentesis. Como é que nós vamos gerir e digerir os filhos dos outros? é que com os nossos, a bem ou a mal, vamos lá, agora os dos outros é que me preocupa!

xxx

A

mãe disse...

deve ser por estas e por outras que os meus filhos se queixam que eu nunca os deixo fazer nada, nunca os deixo ir a lado nenhum, sou muito chata... deve ser por estas e por outras que estes argumentos me soam a "dejá vu" (não foi assim há tanto tempo, caramba, que eu propria os esgrimi , sem resultados ;) ), mas é o caminho mais longo e dificil. Seria tão mais fácil dizer-lhes que sim depois dos insistentes pedidos, choros, grandes sentimentos de injustiça...seria tão mais fácild deixá-los fazer sempre as suas vontades, mesmo em coisas de cara-cá-cá...digo-vos... qualquer dia, e isto cá em casa até serve de ameaça, qualquer dia entro em greve... costumo dizer : - Qualquer dia deixo de vos educar, e depois quero ver quem é que tem pachorra para vos ensinar a ser gente ! e eles bufam, mas até hoje, lá obedecem...

mãe disse...

por estranho que pareça, os filhos dos outros, comigo pessoalmente, portam-se bem. Param muitos e muito tempo, cá por casa, porque ue não deixo os meus irem a lado nenhum, claro... e levam todos ralhetes iguais... até agora nenhum paizinho se veio cá queixar e os putos alinham... é engraçado ver os meus a torcer o nariz a certos comportamentos dos amigos ou conhecidos que eu não tolero e critico.
Mas tenho medo. Tenho medo de um dia não lhes parecer sufcientemente má e ameaçadora e não ser capaz, nem que seja pela intimidação, de os educar.

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

acho que muito em parte porque hoje se confunde respeitar os direitos das crianças com fazer-lhes todas as vontades.

Lipa disse...

Tb li esse artigo da visão, é realmente preocupante! Eu tento encontrar um equilibrio entre o ser rigida e o ser permissiva mas é dificil.
Acho que a Ana rute tem razão neste momento muitas pessoas não sabem distinguir os direitos da criança com o "deixar fazer tudo" e não impor limites. A própria sociedade não sabe o que quer se se vê alguém a ralhar mais forte ou dar uma palmada em publico é criticada e olhada de lado, se se vê as criancinhas a berrar e espernear na rua ou nas lojas porque querem algo que não lhe deram os pais são logo culpabilizados!
(este assunto dava debate que nunca mais acabava...)
Tb me preocupa essa coisa de "que amigos terão eles".
bjs

Anónimo disse...

Tempos houve em que era o inverso. Os desequilibrios educacionais conduzem a isso. Parabéns!