quarta-feira, abril 08, 2009

é de mim ou isto é aberrante?

O presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro, anunciou hoje a suspensão da campanha de substituição de medicamentos de marca por genéricos mais baratos sem autorização do médico.

Em conferência de imprensa, o responsável adiantou no entanto que os doentes vão continuar a ser informados do valor que poupariam se esta substituição fosse feita e que tal informação constará da afctura dos medicamentos.

Ontem durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde, a ministra Ana Jorge anunciou que o Serviço Nacional de Saúde não pagará às farmácias a comparticipação dos medicamentos que forem substituídos pelo genérico mais barato sem autorização do médico. A medida, a primeira decisão efectiva contra a decisão da ANF, pode ter levado a que a associação recuasse.

(o nosso estimado governo zela pelos nossos interesses ou pelos interesses das empresas farmacêuticas? ou pelos interesses dos médicos? não percebo nadinha de nada...)

10 comentários:

Luz de Estrelas disse...

É aberrante. Tu respondeste na adenda. Mas sabes a melhor? Os farmacêuticos há imenso tempo que dão os genéricos a quem os pedir. E vão continuar a fazê-lo, porque no bolso de cada um, manda o próprio. O que significa que se chegares lá com um "original" receitado, mas preferires o genérico, eles não o negam. Agora pergunto-me: para quê esta salgalhada toda? E a que propósito vêm estas prostitutas do Governo (ouvi num filme, este fds, lol) defender o lóbi das farmacêuticas?

Anónimo disse...

Não tem explicação!! Ou até tem! E as viagens dos médicos pagas pelas farmaceuticas?!!? Como é que ia ser!??!

Isto é vergonhoso! E pior..nas nossas caras!!!

InêsN disse...

luz, a questão é o governo vir agora - às claras - sancionar uma medida que deveria ser aplaudida de pé!

Luz de Estrelas disse...

Inês, pois claro. Pq as faramacêuticas sustentam muito pançudo!

JoaoN disse...

Oh... ainda estás na tua fase naif, maninha?!? :-P

Márcia Carvalho disse...

Olha que também as farmácias não fizeram isto só pelo nosso bem caso contrário também elas poderiam baixar a margem de lucro que têm na venda de medicamentos. Parece-me que esta é uma das campanhas a que podemos chamar de demagógicas. Agora uma coisa é certa nós utentes temos de reclamar junto dos médicos que nos deem genéricos sempre que é possivel e segundo me dizem que de quimica percebo pouco nem sempre é possivel... é preciso ter cuidado com isso!

InêsN disse...

quando escrevi "sancionar" queria, de facto, dizer "opôr-se a" (como me lembrou e bem o meu irmão, sancionar é aprovar e não o oposto)

márcia, acredito que sim...mas não aceito que os médicos prescrevam medicamentos "de marca" quando podem prescrever outros a metade do preço!

morgy disse...

Eu diria que do negócio dos medicamentos nós não sabemos nem metade.
Estive há pouco num jantar de velhos amigos, alguns deles tornaram-se médicos e todos estes médicos preferm passar receitas dos medicamentos originais.
Um médico quando passa uma receita tem a indicação do valor de todos os medicamentos e há até genéricos que são mais caros que o original.
Há genéricos bons e os médicos sabem quais são, mas também há muitos extremamente maus, com doses erradas, publicidade enganadora e afins.
E também não são só os médicos a ir de viagem paga pela empresa farmacêutica, muitas farmácias são encorajadas a vender determinado genérico.
E não imaginam as histórias que eu ouvi destes médicos irem investigar o porquê de determinada farmácia vender dito genérico em vez do medicamento receitado e até passarem auto-receitas e verem o que lhes dão na farmácia sem sequer lhes perguntarem se querem genéricos...
Enfim, o ideal é ter alguma confiança nos profissionais prescritores à nossa volta, sejam eles médicos sejam farmacêuticos.

Su disse...

Nesta questão ainda não me decidi.

Quando introduziram os genéricos, havia a desconfiança de que poderiam ser menos eficazes, etc. Para que o povo os aceitasse, ficou assente que seria o médico, juntamente com o utente, a decidir se poderia ser, ou não, substituido na farmácia pelo seu genérico, bastando para isso que o médico o assinalasse.

A mim parece-me, por enquanto, que assim é que deveria continuar a ser: na altura da prescrição, o médico autorizava o genérico e pronto. Se visse inconviniente nisso, explicava o porquê e tudo estava resolvido.

O médico é que realmente sabe porque é que está a receitar o medicamento e pode acontecer que o seu genérico não seja exactamente igual para o efeito.

Vou continuar a seguir este tema.

Lara disse...

Inês, levantaste um tema interessante.
Assisti a esta polémica com atenção. Acho que existem também aqui algumas questões legais, relativamente aos farmacêuticos "desautorizarem" os médicos, que não querem que o seu doente tome genéricos.
Pois, mas sabias que a ANF acabou de lançar uma nova marca de genéricos?...