quinta-feira, setembro 24, 2009

sem título (o tema não o merece)


quem diria, Sr. Dr.... :p

eu - ao contrário do que tenho lido por essa blogosfera fora - não tenho, de todo, sentimentos de culpa.

os meus filhos ficam cerca de 9 horas (nove!!!) no colégio; deixamo-los (vamos os dois) pelas 9 horas e eu vou buscá-los, na maior parte dos dias, entre as 17h30 e as 18 horas. também há aqueles dias em que vou às compras antes de os ir buscar e a hora sobe para as 18h30 mas tento que não aconteça demasiadas vezes.

não tenho sentimentos de culpa por dois motivos: porque não tenho alternativa e porque não são raras as vezes em que me pedem para ficar a brincar mais um bocadinho (sempre que os vou buscar, se está bom tempo, estão no recreio da escola em grandes aventuras ou disparates com os colegas). no inverno, porque anoitece muito mais cedo, faz-me mais impressão, confesso.

se gostava que estivessem menos tempo na escola e mais tempo comigo? gostava, claro. se gostava de ser uma "stay at home mom"? é sabido que sim. mas não sou porque, enquanto família, fizemos outras opções. podem ser menos certas para alguns mas são as nossas opções.

(e enquanto formos tendo momentos como o de ontem à tarde em que mandámos às urtigas o peixe que havia para grelhar e pedimos uma pizza, o que nos permitiu termos um final de tarde de brincadeiras a quatro...enquanto tivermos esses momentos está tudo bem.)

26 comentários:

Alecrim disse...

És uma mulher fabulosa, já to disse?

Patrícia disse...

"Defendendo como limite razoável seis horas diárias (...) "

Errrr... E onde estão os pais ou as mães que PODEM ter empregos de forma a consiliar a 6 horas de escola dos filhos?!?! Onde estão as entidades patronais que facilitam ou não prejudicam quem assim opta?!

Raio dos pedopsiquiatras que muito gostam de escrever sobre um mundo cor-de-rosa.

E os filhos deles? quanto tempo ficam nas escolas?!

Cusca disse...

Completamente apoiado, e essas noitadas de pizza são tão boas :)

Flores disse...

Por cada Mário Cordeiro q nos levanta o ego e que nos diz q devemos viver a m(p)aternidade sem sentimentos de culpa, há-de haver sp um ES armado em parvalhão, e sem a mínima noção de realidade.

Anónimo disse...

Eu tb não tenho sentimentos de culpa! Eu tb não quero/posso ficar em casa com ela!
Está feliz!
E passa 10horas no colégio! É a vida! São os nossos horários!

É giro esse Sr! Que tem de certeza a empregada em casa à espera dos meninos que chegam à 16h do colégio! É giro!
Há que descer ao mundo real! E ver como o comum dos mortais vive!
Enfim!!

Paula disse...

Sim, vejo as coisas de forma semelhante. A questão dos remorsos nem se coloca porque não tenho alternativa. Se gostava de ficar uns dias com ele em casa de vez em quando, ou sempre até, claro que sim. Mas este é o modelo de vida que escolhemos. E ele é feliz assim.

Mae Frenética disse...

Eu nem quero pensar como seria se eu nao tivesse a minha mãe. Trabalho a uma hora de distância do colégio. Se nao fosse a minha mae a ir la busca-los, nem as 19h30, qto mais as 18h...

Eu estou como a Flores, bendito Mário Cordeiro...

sil disse...

E não há nada melhor para eles que terem esses momentos connosco.

Mais vale ter pouco tempo, mas esse tempo ser somente para eles... do que certas mães que se dizem dondocas, que em vez de se divertirem com os filhos os metem a ver DVDs e a jogar consolas para poderem ver as telenovelas que dão o dia inteiro...

Eu tb faço parte da grande percentagem de pais que não têm muito tempo livre para estar com os filhos, devido ao trabalho, mas sempre, sempre que posso é para estar com eles a 100%...

Bjos

Sil

susyr disse...

Apoiadissimo! Ines para presidente, lol!

PS- A teoria é uma coisa muito linda e geralmente pouco prática!!!
Bj

Cristina disse...

Essas teorias só servem para deixar as mães de consciência pesada... Quando no fundo não têm outra hipótese! Já ontem tive a contar as horas que elas passavam na escola. Enfim...

Bjos

Anónimo disse...

Olá ;p

Dá uma espreitadela no meu blog ;)
www.ocantinhodamimi.blogspot.com

Beijos*

Luísa disse...

Mas algum pai ou mãe minimamente são deste país ainda liga ao que esse senhor diz?

Podia ser eu a escrever cada frase do teu post!

Bjs

Raquel disse...

Os meus estão na escola das 8h às 17:30/18H.
10 horas, portanto...o que fazer, se tenho que estar em Lisboa às 9h???
Pois...é a vida real.

gralha disse...

Limite máximo diário? Oh meu Deus, que ditadura! O que interessa é se eles (e nós) estão felizes. Santa paciência para estes fundamentalismos.

Su disse...

Pois eu adorava ir buscar o meu filho mais cedo... começou agora o 1º ciclo e, ou sai às 15:30 (demasiado cedo para mim) ou só pode sair às 17:30, altura em que acabam as Actividades de Enriquecimento Curricular...

Esse senhor, que eu ainda não percebi quem é, bem que podia ir lá à escola e mandar o meu miúdo sair às 16:30, por exemplo!

Anónimo disse...

acho que tens um bom ritmo e pelo que no artigo li, nao e sobre pais como voces que o artigo se refere.
vivendo num pais onde a realidade e bem diferente, subscrevo tudo o que e dito no artigo, porque e possivel. claro que com uma mudanca de mentalidades e procura de um equilibrio por parte das entidades patronais.

aqui na holanda vao mais longe, e criancas em idade escolar (a partir dos 4 anos) tem um limite maximo anual de horas escolares, o que leva a muitos dias livres em que nao ha escola durante o ano!

eu acho uma brutalidade, colocar como li no artigo criancas na creche ate tao tarde. porque os pais tem de trabalhar para pagar as contas, ate aqui tudo bem, mas para que se tem as criancinhas se nao se tem tempo para as educar...

eu fui uma crianca de cinco dias de creche/colegio, lembro-me de chegar antes das oito e ir para casa de carrinha (os meus pais nem tinham tempo para me ir buscar) e ser a ultima, ficar na estacao a espera do comboio do meu pai (com o motorista) e este so chegar as sete e meia da noite. nao me fez mal pessoa, mas uma recordacao dessas nao quero dar aos meus filhos.

claro que se os vais buscar a creche e eles querem ficar a brincar e porque gostam e estao bem entregues e isso e muito bom, mas mais uma vez acho que este artigo nao se assenta a tua situcao que me parece bem equilibrada!

portugal esta a anos luz do que se pasa acima dos pirineus, e pena... e lendo os comentarios percebo que nem auto-critica existe, e sim devia haver sentimentos de culpa a unica maneira de ver as coisas melhorarem... mas a malta conforma-se com.. "a vida e assim...", o eterno fado do portugues!

Mãe da Rita disse...

Há sempre quem fale do alto de um sítio qualquer, o que significa que não vê o que se passa no chão, onde todos estamos. Eu, por exemplo, estou parte das manhãs em casa e não posso entregar a miúda depois das 9,30, para não «perder» actividades e seguir as rotinas. Mas como saio às 18,30 3 vezes por semana, alguém a vai buscar por mim...Com dias tão longos, temos horários de infantário pouco adaptados aos nossos. Acho que és uma boa mãe, como não poderias ser? A maioria das pessoas preocupa-se em deixar as crianças em sítios onde estejam bem, é um mal menos. Bjs, MJ

InêsN disse...

não é uma questão de conformismo, sónia. num país em que nem o governo nem as empresas deixam alternativas aos pais, cada um faz o melhor que pode e não deve ser culpabilizado por isso (e não te esqueças que por aqui as mulheres continuam a ser penalizadas nas suas empresas quando decidem ter filhos).

eu gostava muito de trabalhar em part-time (já que não posso ficar em casa) mas onde é que isso é possível?

também não concordo com esta frase: "mas para que se tem as criancinhas se nao se tem tempo para as educar" - acredito que milhares de pais e mães deste país, pais e mães que trabalham em fábricas, por turnos, excedendo as horas de trabalho permitidas por lei para conseguirem subsistir, pais e mães com tanto amor para dar como eu e tu, dizia eu que acredito que tenham tanto direito à ma(pa)ternidade como nós que, felizmente, temos outras condições de vida...

a vida na holanda não tem nada a ver com a vida em portugal. há que haver uma mudança de mentalidades, sim, mas a maior parte do trabalho tem que ser feito a nível governamental e legislativo.

(e olha que não ter sentimentos de culpa não é o mesmo que estar conformada ;) )

mim disse...

os meus entram no infantário às 8h30 e saiem de lá às 19h15. ou seja, quase 11h diárias... e são MUITO felizes (e têm que ser "arrastados" para o carro porque sempre ficar a brincar mais um bocadinho)

é tudo muito bonito qdo se trata dos filhos dos outros. como é que com 6h diárias no infantário se pode ter um emprego normal? enfim, next.

beijo grande!

Ana Rangel disse...

Na escola do G pedem-me para nunca o deixar muito depois das 9h para poder brincar com os colegas antes de começarem as actividades e para tentar não o ir buscar muitas vezes antes das 16h para ele aproveitar o lanche com os colegas. Costumo ir às 16h30 e mesmo assim ele quer sempre brincar mais.

Pelas minhas contas isso dá, mais ou menos 7h30. Ele não quer menos (eu queria um pouco menos) e sente-se feliz assim. (Nem vou falar de estar eu em casa)

Conhecerá um médico qualquer os nossos filhos ou a nossa vida melhor que nós?!?! Nope!

;)

Lilly disse...

olha.... já somos 2

Zuza disse...

eu não sei se as recordações de filhos fazem parte de nós como pais… devem fazer. eu fui durante ANOS a 1ª a chegar à escola e a última a sair… se isso me deixou marcas? Ai não que não deixou! Nos joelhos, esfolados de tanto brincar :DD. Adorei cada minuto lá passado e os colegas que saiam às 4h morriam de inveja por não ficarem lá. Eu sabia q os meus pais estavam a trabalhar e não me amavam um grama menos que os pais dos outros! Muito pelo contrário.
Já fui “manhe” a tempo inteiro. Porque tive o luxo de escolher. Luxo, repito. Sou agora “manhe” que sai tarde e a más horas e ainda voltei a estudar. Porque não desisti de viver. Culpas não combinam comigo. Nem com a felicidade das minhas filhas. Nem compreendo que as atirem a outras mulheres que aqui trabalham comigo e que optam por ter dois empregos para pagar os estudos dos filhos!! Dizer-lhe que antes não os tivessem tido??? Devem estar a gozar… só podem.

Primeiro era o amor maternal medido em litros de leite mamado, agora é o amor medido à hora? POUPEM-ME!

Luz de Estrelas disse...

Faz-se o melhor que se pode. :) Mas eu sei e tenho a certeza que stay at home mum era algo que jamais, nunca, nunquinha.

Luz de Estrelas disse...

Eu gostava de me calar, perante um certo comentário que li nesta caixa, inês, mas não consigo. Só porque as pessoas sãso obrigadas a trabalhar, só porque o sistema é assim e assado, devia ser-nos vetado o direito a ter filhos? Desculpa lá, Sónia, mas o amor por uma criança não se mede pelo País ewm que estamos. Se podes ir buscar o teu filho mais cedo, olha que bom para ele e para ti. Aqui em Portugal, onde as pessoas não têm outra chance senão trabalhar, já deviamos estar na fase do deserto demográfico....pelas tuas contas, claro. Pelo que percebo, a tua ideia é que os portugueses se revoltem contra os parões e passem a exigir trabalhar só até às 16h30, todos os dias. Talvez queiras vir dar uma ajudinha na revolução, não? Ou ficas aí comodamente acima dos Pirinéus a dizer mal do teu País, como o fazem os genuínos tugas? Não sei se há algum medidor de felicidade nos filhos, mas estou em crer que os meus, com oito horas e meia de infantário, não são crianças menos felizes do que as outras. O teu comentário é um típico comentário intransigente sem qualquer noção da realidade ou sequer respeito por aqueles que têm de trabalhar mais horas do que tu. Que horror.

Luz de Estrelas disse...

Perdão pelas gralhas. Foi da pressa. E como se sabe acima dos Pirinéus é que as pessoas escrevem bem, claro.

Dijambura disse...

Eu percebo que os pais n tenham possibilidades de dimnuir o número de horas em creches e jardins-de-infância... a vida é dura, os empregos complicados e impossiveis de conciliar c esses horários ditos ideais mas o ES tb sabe isso mas de qq modo n deixa de ter razão e há que reconhecer isso racionalmente! N somos piores pais pq isso acontece mas é real que mais de 6 horas numa instituição n é o mais saudável p as nossas crianças, não se podendo alterar isso pq a sociedade assim n o permite devemos ao máximo promover tempos livres de luxo para os nossos meninos e aproveitar todos os momentos extra!! Mas devemos admitir as coisas sem exaltações só porque n podemos ter os comportamentos ideais n quer dizer que sejamos maus educadores!