não sei se já repararam mas numa série de estações de metro da nossa querida capital há escadas rolantes paradas...muitas, mesmo! ainda não percebi se estão avariadas e a sua manutenção não está nas prioridades de quem aumentou os passes ou se simplesmente as resolveram parar para poupar mais uns tostões.
adiante...esta manhã, estava eu a transitar da linha verde para a amarela, escada abaixo porque as rolantes estavam a descansar, quando vi uma velhota, visivelmente cansada e em dificuldades, com um grande saco numa das mãos e uma bengala na outra. perguntei-lhe se queria que a ajudasse a levar o saco ao que me respondeu com um sorriso aliviado. desci com o saco e fiquei ali à espera que a senhora, ainda em dificuldades mesmo sem o saco, descesse.
conto esta história porque fiquei pasmada quando, momentos antes de a senhora chegar ao pé de mim, um senhor se abeira de mim e me diz: "louvada seja pela sua gentileza, foi muito bonito de se ver". e eu agradeci e fiquei ali, meio embasbacada, meio sorriso na cara, a pensar...que vida esta a nossa em que uma boa acção, uma coisa mínima, que não me custou nada, que me levou 15 segundos do dia, que vida esta a nossa que leva alguém a surpreender-se de tal modo perante um gesto de solidariedade que a leva a parar e a agradecer-nos por fazermos o que todos poderíamos fazer tornando assim o dia de outro alguém menos penoso.
8 comentários:
Pois... pensei exactamente o mesmo quando há dias uma amiga minha me telefonou, por causa de um amigo.
É um senhor que se desloca em cadeira de rodas
Sucede que até há pc tempo, quem lhe dava a ajuda para entrar / sair do carro / passar para a cadeira, eram os colegas mais velhos. Estes ditos cujos têm-se ido reformando. E os mais novos fogem com o rabo à seringa o mais que podem!!!
Resumindo: o desgraçado passa horas fechado no carro, à espera; ao fim da tarde, mesmo que queira ficar a trabalhar mais um bocado, não pode, pq tudo se raspa às 17h30!
Então o q ele queria saber era se n há alguma legislação que ele possa invocar, que obrigue a entidade patronal (no caso uma câmara municipal!!!) a dar-lhe o apoio de que ele necessita para entrar e sair do carro e passar da / para a cadeira de rodas.
Quando a solidariedade humana tem que ser imposta por lei, vou ali já venho!
Hoje tb andei na linha verde. E sim...infelizmente o normal é que as pessoas se ignorem umas às outras, logo, ajudar sobressai. Bem haja por pessoas como tu. Beijinho
Sempre me questionei com situações como a que descreves, para mim é natural ajudar os mais velhos, é quase como se estivesse a ajudar a minha avozinha que vivia na casa ao lado da minha e que sempre a ajudei...e quando falamos e querem só falar, mesmo que sejam conversas já "fora de moda" adoro ouvir histórias do anigamente contadas pelos antigos.
Temos que fazer a diferença para haver mudanças.
É mesmo triste que uma boa ação se torne a exceção:( Um dia deste que tive de ir a Santarém de comboio, também ajudei uma senhora mais velha, cheia de malas a sair do comboio (enquanto marmanjões passavam por nós, carregadas, sem sequer olhar!) e andei uma hora com ela à procura do carro que tinha deixado na gare do Oriente! Ficou tão agradecida que me queria dar o número de telefone caso precisasse um dia de algo...:')
Cada vez mais as pessoas vivem a olhar pró umbigo e para a pressa do dia a dia e nem reparam nas pessoas idosas ou desamparadas... é triste... é muito triste saber que é neste mundo que os meus filhos vão viver :(
É maravilhoso que haja ainda quem repare nos outros. De certeza que essa senhora ficou a pensar em ti com o coração a acreditar num mundo melhor :)
eu já nem tenho palavras para os assuntos destes teus últimos posts :(
:(
coisas naturais que parecem extraordinárias por o mundo andar tão ordinário...
Beijinho, Inês.
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