segunda-feira, julho 09, 2012

que vida esta...


não sei se já repararam mas numa série de estações de metro da nossa querida capital há escadas rolantes paradas...muitas, mesmo! ainda não percebi se estão avariadas e a sua manutenção não está nas prioridades de quem aumentou os passes ou se simplesmente as resolveram parar para poupar mais uns tostões.

adiante...esta manhã, estava eu a transitar da linha verde para a amarela, escada abaixo porque as rolantes estavam a descansar, quando vi uma velhota, visivelmente cansada e em dificuldades, com um grande saco numa das mãos e uma bengala na outra. perguntei-lhe se queria que a ajudasse a levar o saco ao que me respondeu com um sorriso aliviado. desci com o saco e fiquei ali à espera que a senhora, ainda em dificuldades mesmo sem o saco, descesse.

conto esta história porque fiquei pasmada quando, momentos antes de a senhora chegar ao pé de mim, um senhor se abeira de mim e me diz: "louvada seja pela sua gentileza, foi muito bonito de se ver". e eu agradeci e fiquei ali, meio embasbacada, meio sorriso na cara, a pensar...que vida esta a nossa em que uma boa acção, uma coisa mínima, que não me custou nada, que me levou 15 segundos do dia, que vida esta a nossa que leva alguém a surpreender-se de tal modo perante um gesto de solidariedade que a leva a parar e a agradecer-nos por fazermos o que todos poderíamos fazer tornando assim o dia de outro alguém menos penoso.

8 comentários:

DoCeu disse...

Pois... pensei exactamente o mesmo quando há dias uma amiga minha me telefonou, por causa de um amigo.


É um senhor que se desloca em cadeira de rodas

Sucede que até há pc tempo, quem lhe dava a ajuda para entrar / sair do carro / passar para a cadeira, eram os colegas mais velhos. Estes ditos cujos têm-se ido reformando. E os mais novos fogem com o rabo à seringa o mais que podem!!!

Resumindo: o desgraçado passa horas fechado no carro, à espera; ao fim da tarde, mesmo que queira ficar a trabalhar mais um bocado, não pode, pq tudo se raspa às 17h30!

Então o q ele queria saber era se n há alguma legislação que ele possa invocar, que obrigue a entidade patronal (no caso uma câmara municipal!!!) a dar-lhe o apoio de que ele necessita para entrar e sair do carro e passar da / para a cadeira de rodas.

Quando a solidariedade humana tem que ser imposta por lei, vou ali já venho!

Raquel disse...

Hoje tb andei na linha verde. E sim...infelizmente o normal é que as pessoas se ignorem umas às outras, logo, ajudar sobressai. Bem haja por pessoas como tu. Beijinho

akombi disse...

Sempre me questionei com situações como a que descreves, para mim é natural ajudar os mais velhos, é quase como se estivesse a ajudar a minha avozinha que vivia na casa ao lado da minha e que sempre a ajudei...e quando falamos e querem só falar, mesmo que sejam conversas já "fora de moda" adoro ouvir histórias do anigamente contadas pelos antigos.

Temos que fazer a diferença para haver mudanças.

Lígia disse...

É mesmo triste que uma boa ação se torne a exceção:( Um dia deste que tive de ir a Santarém de comboio, também ajudei uma senhora mais velha, cheia de malas a sair do comboio (enquanto marmanjões passavam por nós, carregadas, sem sequer olhar!) e andei uma hora com ela à procura do carro que tinha deixado na gare do Oriente! Ficou tão agradecida que me queria dar o número de telefone caso precisasse um dia de algo...:')

Anónimo disse...

Cada vez mais as pessoas vivem a olhar pró umbigo e para a pressa do dia a dia e nem reparam nas pessoas idosas ou desamparadas... é triste... é muito triste saber que é neste mundo que os meus filhos vão viver :(

gralha disse...

É maravilhoso que haja ainda quem repare nos outros. De certeza que essa senhora ficou a pensar em ti com o coração a acreditar num mundo melhor :)

rosinha_dos_limoes disse...

eu já nem tenho palavras para os assuntos destes teus últimos posts :(

Dulce disse...

:(
coisas naturais que parecem extraordinárias por o mundo andar tão ordinário...

Beijinho, Inês.