uma ou duas notas que me parecem importantes para dar por terminada a minha participação nesta campanha.
1. há muitas pessoas que votam Não com medo que o nº de abortos praticados aumente vertiginosamente. ora, só se soubessemos os nºs do aborto ilegal é que poderiamos fazer uma comparação deste tipo. há vários movimentos pelo Não que andam por aí com gráficos referentes ao nº de abortos praticados em espanha e frança no ano x e no ano y; ora, a mim parece-ma mais que óbvio que, nos 1ºs anos de despenalização o nº de abortos só pode aumentar. porquê? porque, e não me parece difícil entender isto, nos 1ºs anos vai existir uma desconfiança por parte das mulheres e os abortos clandestinos vão continuar a ser, quase de certeza, uma maioria. é preciso deixar que a medida se implemente, é preciso deixar que as mulheres, aos poucos, se aproximem do SNS, é preciso que muito trabalho de informação seja feito. o nº de abortos, feitos "às claras" vai aumentar? espero que sim! mas isso só vai acontecer porque só aos poucos as mulheres vão passar da clandestinidade aos serviços públicos.
2. há por aí muita gente a dizer que não concorda com a parte da pergunta que se refere ao "a pedido da mulher". não vou comentar a questão de ser a mulher a decidir mas vou-me debruçar na questão do "a mulher chega lá, quer fazer um aborto, ninguém lhe pergunta nada e já está". alguém acredita que isto se vai passar assim? eu não. mais, acham que seria diferente se, ao invés de se colocar "a pedido da mulher" se colocasse "por motivos de ordem económica ou psíquica" como noutros países? não é diferente, não se enganem. o que eu acho é que o nosso governo se esqueceu que neste país as verdades se têm que dizer baixinho ou camufladas (no saco da "ordem psíquica" cabem, na nossa vizinha espanha, todas as razões que a mulher tenha para, naquele determinado momento, considerar que não se encontra capaz para ter um filho).
3.em situações de malformação do feto já está previsto na lei que a mulher pode abortar até às 24 semanas. com 24 semanas e 1 dia não pode. parece-me um pouco ridículo estar a apontar o dedo para a pergunta por causa do intervalo de tempo que foi estipulado (preferiam que a mulher pudesse abortar até às 40 semanas?).
4 - só tendo acesso às mulheres que abortam é que poderemos diminuir o nº de abortos. só teremos acesso a essas mulheres se elas não tiverem medo de se dirigir ao SNS.
e pronto. calo-me. cheia de medo da abstenção.
façam-nos um favor a todos . no domingo não fiquem em casa, ok?
1. há muitas pessoas que votam Não com medo que o nº de abortos praticados aumente vertiginosamente. ora, só se soubessemos os nºs do aborto ilegal é que poderiamos fazer uma comparação deste tipo. há vários movimentos pelo Não que andam por aí com gráficos referentes ao nº de abortos praticados em espanha e frança no ano x e no ano y; ora, a mim parece-ma mais que óbvio que, nos 1ºs anos de despenalização o nº de abortos só pode aumentar. porquê? porque, e não me parece difícil entender isto, nos 1ºs anos vai existir uma desconfiança por parte das mulheres e os abortos clandestinos vão continuar a ser, quase de certeza, uma maioria. é preciso deixar que a medida se implemente, é preciso deixar que as mulheres, aos poucos, se aproximem do SNS, é preciso que muito trabalho de informação seja feito. o nº de abortos, feitos "às claras" vai aumentar? espero que sim! mas isso só vai acontecer porque só aos poucos as mulheres vão passar da clandestinidade aos serviços públicos.
2. há por aí muita gente a dizer que não concorda com a parte da pergunta que se refere ao "a pedido da mulher". não vou comentar a questão de ser a mulher a decidir mas vou-me debruçar na questão do "a mulher chega lá, quer fazer um aborto, ninguém lhe pergunta nada e já está". alguém acredita que isto se vai passar assim? eu não. mais, acham que seria diferente se, ao invés de se colocar "a pedido da mulher" se colocasse "por motivos de ordem económica ou psíquica" como noutros países? não é diferente, não se enganem. o que eu acho é que o nosso governo se esqueceu que neste país as verdades se têm que dizer baixinho ou camufladas (no saco da "ordem psíquica" cabem, na nossa vizinha espanha, todas as razões que a mulher tenha para, naquele determinado momento, considerar que não se encontra capaz para ter um filho).
3.em situações de malformação do feto já está previsto na lei que a mulher pode abortar até às 24 semanas. com 24 semanas e 1 dia não pode. parece-me um pouco ridículo estar a apontar o dedo para a pergunta por causa do intervalo de tempo que foi estipulado (preferiam que a mulher pudesse abortar até às 40 semanas?).
4 - só tendo acesso às mulheres que abortam é que poderemos diminuir o nº de abortos. só teremos acesso a essas mulheres se elas não tiverem medo de se dirigir ao SNS.
e pronto. calo-me. cheia de medo da abstenção.
façam-nos um favor a todos . no domingo não fiquem em casa, ok?
